SÍNODO DIOCESANO DA DIOCESE DE VACARIA: “O desfio missionário num mundo em transformação”

Vacaria, 02 de fevereiro de 2022

Às lideranças eclesiais da Diocese de Vacaria

Como fruto do discernimento sobre o meu papel intransferível na condução e animação do 1° Sínodo da Diocese de Vacaria, entendi que seria oportuno dirigir-me mais uma vez a todas as lideranças diocesanas, incluindo leigos e leigas, seminaristas, religiosos e religiosas, diáconos, presbíteros e bispos, para fazer um apelo importante e decisivo, em favor da missão evangelizadora da nossa Igreja Diocesana para os próximos tempos. Trata-se da necessidade de mantermos o foco no processo sinodal que estamos vivendo, particularmente no referente a etapa paroquial, primeira e mais decisiva etapa para o êxito do Sínodo Diocesano.

Recordo que, durante a 45ª Assembleia Diocesana de Pastoral, em novembro passado, fizemos um pacto de concentrar toda a nossa energia na implementação do sínodo em cada paróquia. Para tanto ficou acordado que pastorais, movimentos e serviços adiariam seus eventos próprios (retiros, cursos, encontros maiores etc.) para o período pós-pascal, não gerando nenhuma concorrência de agenda nem dispersando as energias que, como já afirmado acima, deverão estar concentradas nas tarefas do Sínodo previstas para as paróquias.

Concretamente, o meu apelo insistente a cada liderança (coordenadores de movimentos, pastorais, serviços e ministérios, além de religiosos, seminaristas, diáconos, presbíteros e bispos) é de que mobilize seus liderados para que assumam efetivamente o processo do Sínodo, colocando-se à disposição da equipe paroquial do Sínodo. Somente assim poderemos ver multiplicados os chamados animadores de pequenos grupos e, consequentemente, teremos muitos pequenos núcleos do Sínodo espalhados pelos bairros e zonas rurais das nossas paróquias.

O Sínodo só terá êxito se for construído num grande mutirão de participação. Ele não poderá ser tarefa de alguns poucos, o que empobreceria muito o processo desde sua importante base (primeira etapa), mas de muitos.

A ampla participação despertará a corresponsabilidade de todos os batizados católicos para com a sua Igreja, além de nos colocar numa nova dinâmica no próprio modo de ser Igreja, vencendo a tentação de supor que as coisas estão bem e nos colocando diante da realidade concreta com suas luzes e sombras.

O Sínodo nos dará uma visão mais verdadeira, correta e coerente daquilo que somos e fazemos; de como percebemo-nos internamente (autoavaliação) e de como somos percebidos pela sociedade em geral. Será, igualmente o Sínodo a nos apontar os caminhos a serem percorridos nos próximos anos, com passos mais certeiros e eficazes.

Uma certeza podemos ter desde agora: sairá mais enriquecida e animada deste processo do Sínodo as paróquias que mobilizarem a maior participação possível dentro de sua realidade. Façamos o nosso máximo e confiemos, sem hesitação, que as bênçãos de Deus se farão presentes na medida necessária, todo o tempo.

Concluo estas palavras exortativas citando o Papa Francisco, que tem sido um grande motivador de toda a Igreja na direção da ousadia e da coragem. Afirma ele, em sua primeira exortação apostólica, Evangelii Gaudium:

“Como gostaria de encontrar palavras para encorajar uma estação evangelizadora mais ardorosa, alegre, generosa, ousada, cheia de amor até o fim e feita de vida contagiante! Mas sei que nenhuma motivação será suficiente, se não arde nos corações o fogo do Espírito.” (EG 261)

Rezemos ao Espírito Santo, suplicando insistentemente, para que Ele venha sobre toda a Diocese de Vacaria, e nos capacite a sermos verdadeiramente homens e mulheres animados e animadores de que tanto a Igreja de Jesus Cristo precisa.

Que Nossa Senhora da Oliveira continue intercedendo pelo nosso Sínodo.

Dom Sílvio Guterres Dutra
Bispo Diocesano de Vacaria

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