“O Senhor, teu Deus, está contigo por onde quer que andes” (Js 1,9)

Pe. Jair Carlesso

1. A centralidade da Palavra de Deus

Ao promulgar a Dei Verbum, em 1965, o Concílio Vaticano II reconheceu a Sagrada Escritura como “fonte de toda a verdade”, “espelho” no qual a Igreja contempla Deus (DV 7), “alimento” e “fonte pura e perene da vida espiritual” (DV 21), sendo, por isso, seu estudo a “alma da teologia” (DV 24) e da vida e missão da Igreja. Essa compreensão fez a Igreja resgatá-la do baú da história e dar-lhe centralidade, devolvendo-a ao povo para que ela seja “luz” em sua vida e missão. Familiarizar-se com ela e aprofundá-la é o primeiro passo.

Segundo a Verbum Domini (2010) “a Igreja funda-se sobre a Palavra de Deus, nasce e vive dela”. Lembra ainda Bento XVI que, ao longo da história, “o Povo de Deus encontrou sempre nela a sua força, e também hoje a comunidade eclesial cresce na escuta, na celebração e no estudo da Palavra de Deus” (VD 3).

Diante de sua importância, o Papa Francisco (2013) diz que “toda evangelização está fundada sobre esta Palavra escutada, meditada, vivida, celebrada e testemunhada”. Para ele, a Sagrada Escritura “é fonte da evangelização”. Por isso, “é preciso formar-se continuamente na escuta da Palavra”. Deixa claro também que a Igreja “não evangeliza, se não se deixa continuamente evangelizar”. Por isso, é “indispensável” que a Palavra de Deus, sobretudo o Evangelho, “se torne cada vez mais o coração de toda a atividade eclesial” (EG 174).

A Bíblia é para a Igreja aquilo que o coração é para o corpo. Destaca-se, portanto, a importância da Palavra de Deus como “fundamento” da fé, da espiritualidade e vida cristã e da missão da Igreja. O mês da Bíblia deste ano 2022, mergulhando-nos no livro de Josué, ajuda-nos a fazer dela fonte de estudo, oração, celebração e ação, em vista da animação bíblica da vida e da pastoral. 

2. Um mergulho no livro de Josué

O tema central do livro de Josué é a conquista e o uso da terra. O texto-base da CNBB diz que “a terra é essencial para a vida de qualquer pessoa, família ou grupo humano. ‘Terra’ é sinônimo de dignidade, de vida, de felicidade. Seja no campo ou na cidade, viver sem ter terra representa uma negação da condição humana” (10).

Em 1822, há exatamente 200 anos, foi proclamada a “independência do Brasil”. A retomada do livro de Josué, neste ano, nos desafia a refletir sobre o acesso e o uso da terra, uma problemática muito complexa em nosso país.

O livro de Josué constitui-se parte do projeto bíblico do Êxodo. Para bem compreender Josué necessitamos recuperar a proposta do Êxodo como caminho de libertação do povo hebreu de ontem e de hoje.

3. O projeto bíblico do Êxodo

O Êxodo apresenta-se como um projeto paradigmático, cujo sentido é sempre atual. A grande questão do Êxodo é sair de um modelo de vida/relações/sociedade e construir outro alternativo. Biblicamente falando, ele apresenta-se como um caminho de libertação, que tem um “ponto de partida”, a terra da escravidão, no Egito, e um “ponto de chegada”, a terra prometida, em Canaã. O longo caminho do deserto separa um projeto do outro. Nesta caminhada é que se encontra o grande segredo que gera o novo.

Tematicamente, o livro de Josué apresenta-se como a culminância desse processo. Por narrar a conquista e a distribuição da terra entre as tribos israelitas, em Josué cumprem-se as promessas de Deus a Abraão. Por isso, para bem compreender o livro de Josué, resgatamos o projeto do Êxodo, tido como o “acontecimento fundante” de Israel.

3.1 – A escravidão no Egito

A primeira etapa do projeto bíblico do Êxodo ocorre no Egito. Os relatos bíblicos que narram essa etapa iniciam com a descrição da história de Abraão e Sara, em Gn 11,27, e se estendem até o término da celebração da Páscoa de Moisés com os hebreus, em Ex 13,16. Nesta longa narrativa bíblica encontramos as origens do povo de Israel. Com Abraão e Sara (Gn 11,27 a 25,18) iniciou-se propriamente a História da Salvação, a história da fé em Javé, o Deus “único” (Dt 4,35), o Deus “vivo” (Dt 5,26) e o Deus “libertador” (Ex 3,7-10). Por isso, Abraão e Sara são tidos como nossos “pais na fé”. Isaías, mais tarde, lembrava ao povo de Israel: “Olhai para a rocha da qual fostes talhados, para a cova de que fostes extraídos. Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, aquela que vos deu à luz” (Is 51,1b-2a). O tempo e a evolução dos acontecimentos não foram capazes de apagá-los. Cada vez que relemos Abraão e Sara e Moisés suas vidas e suas lutas se atualizam nas nossas vidas e empenho por pão, terra, teto, dignidade, bênção. A fé em Javé, o Deus de Israel, conduziu-os alimentando neles cada dia a esperança de realizarem as promessas divinas.

As narrativas dos livros do Gênesis e do Êxodo relatam a vida de um povo chamado inicialmente de “hebreu” (Gn 14,13; 39,14; 40,15; 43,32; Ex 1,22; 2,6; 3,18; 5,3; 7,16; 9,1.13; 10,3). Os textos bíblicos descrevem que a vida dos hebreus era marcada pela “fome” (Gn 12,10; 26,1; 41,27ss; 47,4.13), pela migração (Gn 11,31; 12,10; 47,4; Rt 1,1), pela exploração, era uma “vida dura” e “amarga” (Ex 1,11-13; 5,6-14). Desta forma, os relatos fazem ver que o termo hebreu não se refere a uma raça, mas a uma “condição social”. Assim podemos ver que a “história da salvação” é, inicialmente, a história deste povo – pobre, explorado… – que luta por terra/comida/dignidade/paz.

A Bíblia inicia descrevendo a dura realidade e a luta pela vida dessa gente. Por isso, esse povo se chamará também “Israel” (isrá: lutará; el: Deus). Trata-se dos hebreus que deixaram de crer nos falsos deuses, enganadores do povo e legitimadores das classes opressoras, e passaram a crer em Javé, o Deus libertador, o “Deus dos hebreus” (Ex 3,18; 5,3; 7,16; 9,1.13; 10,3). A partir da fé em Javé, passaram a caminhar, se organizar em vista de um novo futuro, a conquista da terra da promessa, o paraíso, como diz Gn 2.

O livro do Gênesis descreve a migração das famílias de Abraão (Gn 12,10) e de Jacó (Gn 47,4.13) de Canaã ao Egito por causa da fome em Canaã. Dessa forma, o Gênesis faz ver que milhares de famílias assim procederam. A família de Isaac permaneceu em Canaã, representando aqueles que nem condições de sair tinham. No Egito depararam-se com um contexto que os submeteu à “escravidão” (Gn 47,21), a “duros trabalhos” (Ex 1,13).

O intuito de “sair” deste “contexto de morte” batia profundamente dentro de cada um! Sentiam isso como a vontade divina: “Sai da tua terra…, e vai para a terra que te mostrarei” (Gn 12,1). Por isso, inspirados por Javé, que não compactua com esse modelo de vida escrava (Ex 3,7-8), os hebreus foram desafiados a pensar e construir um projeto alternativo de sociedade, completamente novo, que os fazia olhar para o futuro com esperança. A saída da escravidão implicava em algumas atitudes fundamentais.

a) Crer na força da Palavra divina. Essa “saída” só aconteceria se eles crescem em Deus, que disse a Abraão: “Ergue os olhos e olha, do lugar em que estás, para o norte e para o sul, para o oriente e para o ocidente. Toda a terra que vês, eu tá darei, a ti e à tua posteridade para sempre” (Gn 13,14-15). Desta forma, Javé abria um horizonte novo na vida deles. Crer em Javé era algo surpreendentemente novo e implicava em novas atitudes e novos projetos de vida. Alguns sinais são realizados “para que acreditem que Javé te [a Moisés] apareceu” (Ex 4,5).

b) Tomar consciência da escravidão e projetar o futuro. A tomada de consciência da opressão ocorre quando as pessoas se dão conta da situação em que se encontram. De dentro desse contexto, o povo foi tomando consciência da realidade de escravidão e da possibilidade de uma vida mais digna. Isso o fez sonhar com uma terra onde “mana leite e mel” (Ex 3,8) ou, como diz o livro do Deuteronômio, “uma terra boa, terra cheia de ribeiros de água e de fontes profundas que jorram no vale e na montanha; terra de trigo e cevada, de vinhas, figueiras e romãzeiras, terra de oliveiras, de azeite e de mel; terra onde vais comer pão sem escassez – nela nada te faltará” (Dt 8,7-9). Esse horizonte uniu todos nessa busca. O empenho tinha uma meta a alcançar. Mas isso apenas não bastava.  

c) Lançar-se em busca do novo. Além de crer e de ter consciência da situação, Deus desafiou Abraão e Sara a se desacomodarem, a agirem concretamente. Por isso disse a Abraão: “Levanta-te…, percorre…” (Gn 13,17). A Moisés Deus disse: “Vai, pois, eu te enviarei ao faraó, para fazer sair do Egito o meu povo, os filhos de Israel” (Ex 3,10). Ou seja, Deus não resolve os problemas de forma mágica. Se eles queriam um mundo novo, não deviam ficar esperando que o mesmo “caísse pronto do céu” ou que outros viessem realizá-lo. Eram eles mesmos que deviam pôr-se a caminho, lançar-se em sua busca e construção. Isso implicava em desacomodar-se, mobilizar-se, organizar-se.

Diante das dúvidas e inseguranças que surgiam, Deus encorajava-os nesta busca: “Não temas, Abraão! Eu sou o teu escudo, tua recompensa será muito grande” (Gn 15,2). A Moisés Deus dizia: “Eu estarei contigo” (Ex 3,12); “Eu sou Javé e vos farei sair de debaixo das cargas do Egito, vos libertarei da sua escravidão e vos resgatarei com mão estendida e com grandes julgamentos” (Ex 6,6). Deus apresentava-se como uma presença viva, incentivadora, encorajadora para que, em meio às dificuldades, pudessem encontrar um caminho de saída. O grande desafio para eles era abrir-se a esta novidade de Deus.

As negociações com o faraó, relatadas no livro do Êxodo, na narrativa das pragas (Ex 7,8 a 11,10 e 12,29-34), foram uma longa luta para poderem sair do Egito. As pragas expressam a presença de Javé, o “Deus dos hebreus”, junto a eles na busca da libertação. Foram muitas tentativas. Moisés tinha consciência e clareza de que a libertação ou seria integral, incluindo a saída de homens, mulheres, crianças…, ou não seria libertação. Ao mesmo tempo, elas fazem ver a importância da perseverança, da persistência em meio aos entraves, e não desanimar facilmente quando não dá certo. Alcançada a possibilidade da saída (Ex 12,31-32), antes da partida, celebraram a Páscoa (Ex 12,1 a 13,16). Esta festa impulsionou-os para caminharem unidos rumo à terra prometida. O deserto seria um longo e duro momento, mas caminho/processo necessário para a construção do novo. A Páscoa encorajou-os para esta busca.    

3.2 – A travessia do deserto

O segundo momento do projeto do Êxodo foi a travessia do deserto. O texto bíblico a apresenta como uma caminhada que levou “quarenta anos” (Ex 16,35; Nm 14,33; 32,13; Dt 27; 8,2.4; 29,4; Js 5,6). Para o contexto da época, mais do que ser o tempo cronológico percorrido, trata-se do tempo de vida de uma geração. Seu sentido é mais simbólico-teológico do que historiográfico.

O deserto constituiu-se no espaço intermediário entre o projeto-escravidão do Egito e o projeto-alternativo de Canaã. A construção do projeto igualitário levou “quarenta anos”, o tempo de vida de uma geração. Essa experiência vivida no deserto é narrada num longo bloco temático, que vai de Ex 13,17 (incluindo Ex 12,37-42) a Dt 34.

Duas perícopes narram a partida. Ex 12,37-42 ressalta a presença de uma grande multidão – seiscentos mil homens -, que partiu de Ramsés. Esse elevado número de hebreus, mais do que ser um dado histórico, expressa o anseio de Deus em querer libertar todos os escravizados. Ex 13,17-18 informa o trajeto tomado, o caminho do mar dos Juncos, e não o dos filisteus, o mais curto. O caminho mais longo revela que a construção de uma proposta nova de sociedade implica numa longa caminhada de acertos e erros, avanços e recuos, envolvimento de pessoas, avaliações e constantes retomadas. Isso não é possível fazer de uma hora para outra. Todos os envolvidos precisam internalizar a proposta e pôr-se na mesma dinâmica, pois se apenas uns mudam, nada muda.

O caminho do deserto apresenta três etapas distintas, todas importantes. A primeira é narrada em Ex 13,17 a 18,27. O percurso percorrido vai desde a saída do Egito até a chegada ao monte Sinai. Os hebreus tinham a consciência de que Deus estava com eles. Trata-se de uma caminhada com muitas dificuldades e muitos aprendizados. Logo na saída, defrontaram-se com o mar e a perseguição dos egípcios (Ex 14,1ss). Sua travessia representava deixar para trás uma grande barreira, conseguida somente com a ajuda de Deus, que disse a Moisés: “Levanta a tua vara, estende a mão sobre o mar e divide-o para que os filhos de Israel caminhem em seco pelo meio do mar” (Ex 14,16). Significa que, na acolhida da Palavra de Deus, o povo encontrava saída para as pequenas e grandes dificuldades.

A cada passo que davam, novas dificuldades surgiam, como a insalubridade da água em Mara (Ex 15,22-27), a falta de alimento no deserto de Sin (Ex 16,1-36), a falta de água em Rafidim (Ex 17,1-7), o confronto com os amalecitas em Rafidim (Ex 17,8-16). Diante de cada uma delas, embora conhecessem o objetivo, os hebreus sempre reclamavam contra os líderes, Moisés e Aarão. Estes, por sua vez, recorriam a Deus, que os atendia, indicando o que deveriam fazer. Na falta de alimento, Deus enviou-lhes o maná e pediu-lhes para “colher apenas o quanto bastasse para comer, um gomor por pessoa. Cada um tomará segundo o número de pessoas que se acham na sua tenda” (Ex 16,16). Nisso estava uma grande lição, a partilha entre eles, que deveria acontecer na terra prometida. O projeto alternativo implicava ousadia, conversão, criatividade, coragem, desprendimento, enfrentamento, novas estruturas e, sobretudo, espírito de partilha.

A chegada ao Sinai (Ex 19,1-2) constituiu-se num momento ímpar. Junto à montanha fizeram uma longa parada! Para descansar? Mais do que isso, para elaborar a “nova constituição”, que regeria a nova sociedade na terra prometida. Entende-se que a cada problema vivido no Egito, uma nova proposta/lei era elaborada para que aquilo não fosse repetido na terra prometida. Um longo relato bíblico está situado literariamente no Sinai: de Ex 19,1 a Nm 10,10. Moisés desempenhou aqui o papel de mediador entre Deus e o povo e de legislador, ao transmitir a lei de Deus ao povo. O núcleo central da lei de Deus está nos Dez Mandamentos (Ex 20,1-17). Quando isso foi concluído, antes da partida do Sinai, celebraram novamente a Páscoa (Nm 9,1-5). Também desta vez a celebração da Páscoa impulsionou-os para a caminhada por um deserto duro, que apresentava muitas dificuldades.

O relato de Nm 10,11 a 36,13 descreve a segunda etapa do deserto, a caminhada que fizeram do Sinai até Moab. Da mesma forma que anteriormente, trata-se também de uma caminhada com muitos percalços. Novamente os hebreus reclamaram dos líderes Moisés e Aarão, a ponto de querer trocá-los por outros (Nm 14,3-4). Embora os inúmeros murmúrios do povo, Moisés e Aarão perseveraram fiéis à missão até o fim. Quando chegaram em Moab, vendo sua hora chegar, Moisés dirigiu a todo o Israel suas últimas palavras, suas recomendações finais. Essas palavras finais de Moisés constituem o livro do Deuteronômio. Com elas, Moisés orientou os hebreus para tomarem posse da terra prometida e para nela permanecerem. A condição para isso era a observância da lei.

O Deuteronômio encerra com a descrição da morte de Moisés, aquele que cumpriu plenamente a vontade de Javé: “E Moisés, servo de Javé, morreu ali, na terra de Moab, conforme a palavra de Javé […]. Moisés tinha cento e vinte anos quando morreu; sua vista não havia enfraquecido e seu vigor não se esgotara […]. E em Israel nunca mais surgiu um profeta como Moisés a quem Javé conhecia face a face” (Dt 34,5.7.10). Moisés fez de sua vida um serviço ao povo no objetivo deste pôr os pés na terra prometida. O importante para ele era a vida do povo hebreu e não a si mesmo. Por isso é reconhecido como o profeta por excelência (Dt 18,15).

3.3 – A posse da terra prometida

O projeto do Êxodo culmina no livro de Josué, tendo nele seu ponto de chegada. O tema da terra é o centro das atenções, não somente de Josué, mas de todos os livros do Pentateuco. No livro do Gênesis (12,1), a terra é promessa de Deus a Abraão. De Êxodo a Deuteronômio, a terra é uma busca, fruto da organização e da luta do povo. O livro de Josué conclui esse projeto, descrevendo a conquista e a distribuição da terra entre os hebreus.

Ao atravessarem o Jordão e tomarem posse da terra prometida, os hebreus iniciaram uma nova etapa de sua história. Disse Javé a Josué: “Hoje tirei de vós o opróbrio do Egito” (Js 5,9a). A partir desse momento em diante, eles passaram a “comer o fruto da terra”, “cessando o maná” (Js 5,12a). Estar na terra prometida, fazer uso da terra, plantar, colher, partilhar, “comer pão sem escassez…”, era o máximo de felicidade para quem tinha sido escravo a vida inteira e fizera uma longa caminhada – “de quarenta anos” – em busca da concretização deste projeto.

Em nossa Bíblia Cristã, o livro de Josué abre o bloco dos “Livros Históricos”. A Bíblia Hebraica denomina esses livros de “Profetas Anteriores”. Segundo essa denominação, tratam-se de “livros proféticos”, pois o projeto que Josué culmina é profético, desde seu início até o seu final. Por isso que seu grande protagonista, Moisés, que conduziu o povo até às portas da terra prometida, em sua morte, foi reconhecido como um profeta singular: “Em Israel nunca mais surgiu um profeta como Moisés, a quem Javé conhecia face a face” (Dt 34,10). E o importante é dar-se conta que, com sua morte, o projeto do Êxodo não morreu. Josué, cujo nome significa Javé salva, foi seu sucessor qualificado, dando-lhe seguimento. Disse Javé a Josué: “Assim como estive com Moisés, estarei contigo: jamais te abandonarei, nem te desampararei” (Js 1,5). Isso faz ver que o Êxodo não esteve centrado numa pessoa – Moisés, embora importante, mas foi um processo que teve continuidade com outros líderes. 

O livro de Josué subdivide-se em três partes: a primeira (Js 1-12) relata a conquista da terra pelos hebreus; a segunda (Js 13-21) apresenta a distribuição da terra entre as tribos; e a terceira (Js 22-24) apresenta-se como um apêndice, descrevendo as conclusões finais.

3.3.1 – A conquista da terra: Js 1-12

A primeira parte do livro de Josué trata da conquista da terra. O relato não é propriamente uma historiografia deste acontecimento. Antes de nos perguntarmos se foi de fato assim como está escrito que tudo aconteceu, melhor é buscarmos a intenção dos redatores ao apresentarem os acontecimentos dessa forma e seu sentido. O livro é propriamente um “escrito teológico”, no qual a terra e sua ocupação adquirem centralidade.

Js 1-2: os preparativos para a entrada na terra

Js 1,1-18 abre o livro apresentando:

– v.1-5: Josué como o sucessor qualificado de Moisés; Deus lhe disse: “Assim como estive com Moisés, estarei contigo: jamais te abandonarei, nem te desampararei” (v.5);

– v.6-9: apelo à fidelidade a Javé, o Deus que doa a terra; a condição para a posse da terra é “agir segundo a Lei que te ordenou Moisés”; trata-se de uma palavra de encorajamento: “Não temas e não te apavores, porque Javé, teu Deus, está contigo por onde quer que andes” (v.9);

– v.10-15: encaminhamentos estratégicos de Josué ao povo para a tomada da terra em três dias; a questão fundamental é a unidade de todos neste momento (v.14);

– v.16-18: todos assumiram a orientação de Josué: “Tudo o que nos ordenaste, nós o faremos…” (v.16-17).

Js 2,1-24 trata do envio dos espiões a Jericó: “Ide e examinai a terra de Jericó” (v.1). Foram e hospedaram-se na casa da prostituta Raab, que os acolheu (v.1), escondeu-os e defendeu-os (v.4-6) e fizeram um pacto (v.7-24). Raab representa os hebreus de Canaã, explorados pelo modelo das cidades-estado cananeias. Significa que Israel nasceu do acordo/pacto entre os hebreus vindos de fora com os hebreus de Canaã. Js 2,16 informa que o espaço geográfico possível para os hebreus poderem se estabelecer eram as “montanhas” palestinenses, fora do alcance dos exércitos das cidades-estado: “Ide à montanha para que os vossos perseguidores não vos encontrem” (cf. Js 2,22; Jz 1,19.34).

Js 3-5: a travessia do Jordão

Js 3-5 descreve a passagem do rio Jordão, nos moldes de Ex 14. Se a passagem do Mar significou a saída da escravidão, a travessia do Jordão representou o início de um novo tempo, um novo começo numa terra doada por Deus. Destacam-se como marcas desse novo tempo:

– Deus no meio do povo: se desde a saída do Egito os hebreus caminhavam sob a proteção divina, presente na nuvem (Ex 14,19-20), agora a Arca da Aliança no meio do povo indicava a presença de Deus, mostrando o caminho seguro a ser percorrido (Js 3,3-4; 4,11).

Nova compreensão de Deus: os hebreus que fizeram essa experiência/caminhada/passagem entraram na terra prometida com uma nova compreensão de Deus: Javé não era um ídolo, mas o “Deus vivo” que está “no meio” do povo (Js 3,10; Sl 115,4-7). Ele é o “Senhor de toda a terra” (Js 3,11.13), por isso prometeu-a a Abraão (Gn 12,1) e deu-a ao povo (Js 2,24).

Nova concepção de poder: na passagem do Jordão, doze homens foram convidados a recolher doze pedras (Js 4,1-9). As pedras lembram aqui o fundamento da nova sociedade. O poder não deveria estar mais centralizado numa única pessoa, como ocorria no Egito e como Jetro havia alertado Moisés (Ex 18,13-23).

A circuncisão como sinal de pertença: os que nasceram no deserto foram circuncidados na chegada (Js 5,2-9). Representava cortar da cabeça a mentalidade que não condizia com o espírito da nova sociedade, projeto alternativo construído lentamente ao longo da caminhada.

A celebração da Páscoa: na chegada à terra prometida, a Páscoa significou a passagem para uma vida nova: “comeram do produto do país” e “ao comerem o fruto da terra, no dia seguinte cessou o maná” (Js 5,11-12). Significou a passagem para uma vida autônoma, sem dependência e opressão.

Js 6-12: a conquista da terra

Canaã era uma região ocupada por cidades-estado, que regiam a vida política, econômica, social e religiosa da população cananeia. Normalmente construídas sobre colinas, as cidades-estado, cercadas por “dois muros” (2Rs 25,4; Is 22,11; Jr 39,4), entre os quais estava o exército, agregavam dentro de si a elite da sociedade, os proprietários das terras das planícies, as melhores terras cultiváveis. Naquele contexto, pelas dificuldades de armazenamento de água e do próprio cultivo da terra, as montanhas palestinenses eram pouco ocupadas.

O livro de Josué (6-12) descreve que, ao entrarem em Canaã, os hebreus conquistaram triunfantemente todas as regiões: Jericó (6-7), Hai (8), a região Sul (9-10) e o Norte (11). “Naquele tempo, veio Josué e exterminou os enacim da montanha de Hebron, de Dabir, de Anab, de todas as montanhas de Judá e de todas as montanhas de Israel…” (Js 11,21).Além disto, Josué apresenta uma lista de reis vencidos: “Estes são os reis da terra aos quais os filhos de Israel feriram e cujo território tomaram […]; ao todo trinta e um reis” (Js 12,1.24). As narrativas relatam que Josué sempre agiu conforme a Palavra de Javé e Javé foi fiel às suas promessas, derrotando os inimigos e instalando os hebreus na terra da promessa. “Josué tomou toda a terra, exatamente como Javé havia dito a Moisés, e a deu por herança a Israel, segundo a sua divisão em tribos” (Js 11,23).

Muito se questionou a respeito destas conquistas. Os hebreus, na sua pobreza/limitações, teriam tido condições para se confrontarem com as cidades-estado cananeias, com seu poder estrutural e bélico? Historicamente parece não ter sido isso que ocorreu. Autores falam em “retroprojeção” histórica. Ou seja, as guerras posteriores, empreendidas por Davi (1010-970 a.C.), que foram guerras de conquista da região (2Sm 5; 8; 10-11), ou mesmo a invasão do império assírio em 722 a.C., sobre Israel, o Norte (2Rs 17,5-23), e em 701 a.C., sobre Judá, o Sul (2Rs 18), destruindo quase todas as cidades, foram apresentadas como guerras dos hebreus ao chegarem em Canaã.

Diante desta possibilidade, se historicamente não houve esse confronto com as cidades-estado cananeias, como teria se dado a conquista da terra? Josué e Juízes relatam também que os hebreus vindos do Egito se instalaram nas montanhas palestinenses, fora do alcance das cidades-estado: “Ide à montanha para que vossos perseguidores não vos encontrem […]. Partiram e foram à montanha e lá permaneceram…” (Js 2,16.22).

Ao contrário de Js 6-12, o livro de Juízes descreve surpreendentemente que os hebreus não expulsaram ninguém de suas terras. Todos os povos cananeus, as cidades-estado, permaneceram onde estavam. “E Javé esteve com Judá, o qual se tornou senhor da montanha, mas não expulsou os habitantes da planície porque tinham carros de ferro” – exército (Jz 1,19). “Os amorreus empurraram para a montanha os filhos de Dã e não os deixaram descer para a planície” (Jz 1,34).

Para o livro de Juízes, as cidades-estado não foram atacadas pelos hebreus: “Quanto aos jebuseus que habitavam em Jerusalém, os filhos de Benjamim não os desalojaram” (Jz 1,21); “Manassés não desalojou Betsã e seus arredores, nem Tanac e seus arredores, nem os habitantes de Dor e todos os seus arredores, nem os habitantes de Jeblaã e dos seus arredores, nem os habitantes de Meguido e dos seus arredores; os cananeus permaneceram nessa terra” (Jz 1,27). “Efraim também não expulsou os cananeus que habitavam em Gazer, de modo que eles continuavam a viver ali com ele. Zabulon não expulsou os habitantes de Cetron, nem os habitantes de Naalol. Os cananeus permaneceram no meio de Zabulon […]. Aser não expulsou os habitantes de Aco, nem os de Sidônia, de Maaleb, de Aczib, de Helba, de Afec e Roob. Os aseritas continuaram no meio dos cananeus que habitavam a terra, porque não os expulsou. Neftali não expulsou os habitantes de Bet-Sames, nem os de Bet-Anat e habitou no meio dos cananeus, que habitavam na terra” (Jz 1,29-33).

Essas informações do livro de Juízes ajudam a compreender Js 13,1-7, que abre a segunda parte do livro fazendo uma relação de terras não conquistadas pelos hebreus: “resta ainda muita terra para conquistar” (v.1). Portanto, ao se estabelecerem nas montanhas palestinenses, organizaram-se em tribos, como forma de se defenderem das invasões e se protegerem dos saques. Lá estabeleceram uma economia alternativa, baseada na partilha dos produtos, e um poder descentralizado. Cada tribo tinha seus líderes, chamados “juízes”.

Por sua vez, Js 6-12, ao descrever a tomada da terra da forma como a apresenta, o faz com uma intenção teológica. O livro leva a compreender que o confronto dos hebreus vindos do Egito foi com os reis cananeus, ou seja, com o poder das cidades-estado e seus exércitos, e não com as populações pobres de Canaã. Esse modelo cananeu de sociedade fazia surgir, também em Canaã, os hebreus, simbolizados por Raab (Js 2).Por isso, o relato de Josué faz ver que, para a construção de uma “nova sociedade”, fundamentada em outros princípios, como o projeto do Êxodo foi trabalhando ao longo da caminhada (Ex 16,16; 18,17-22; 20,1-17), os hebreus deveriam romper com o modelo vigente das cidades-estado cananeias. Vemos, portanto, que Israel surgiu “em Canaã” e “em oposição” ao modelo de sociedade cananeia, como um projeto alternativo.

Ao mesmo tempo, os relatos revelam que a ação de Javé, o “Deus dos hebreus”, não se desenvolveu à parte das realidades sociais, históricas, mas em meio a elas e a partir delas. Foi neste contexto concreto que os hebreus ou israelitas perceberam/entenderam a presença de Deus, atuando na defesa dos pobres.

3.3.2 – A distribuição da terra: Js 13-21

A terra doada por Deus e conquistada pelo povo deveria ser partilhada. Por isso, a segunda parte do livro de Josué relata a distribuição da terra entre as tribos, missão de Josué: “Tu somente tens que distribuir a terra por herança aos filhos de Israel, conforme te ordenei. Agora, pois, divide a terra por herança…” (Js 13,6b-7a).

A terra é distribuída entre as tribos. Duas e mais meia tribo são transjordanianas, situadas ao lado direito do rio Jordão: Ruben (13,15-23), Gad (13,24-28) e a meia tribo de Manassés (13,29-33). As demais, nove mais meia tribo são cisjordanianas, ao lado esquerdo do rio Jordão: Judá (15,1-63), Efraim (16,1-10), a meia tribo de Manassés (17,1-18), Benjamim (18,11-28), Simeão (19,1-9), Zabulon (19,10-16), Issacar (19,17-23), Aser (19,24-31), Neftali (19,32-39) e Dã (19,40-51).

Chama a atenção o fato de serem “doze” as tribos e de abrangerem quase todo o território israelita, sendo que elas ocuparam as montanhas palestinenses, como visto acima. Como o livro de Josué foi escrito posteriormente aos acontecimentos, o autor retomou a organização administrativa feita por Salomão (970-930 a.C.), que dividiu o território em doze distritos em vista da tributação (1Rs 4,7; 5,7). Essa organização feita por Salomão é apresentada como a organização das “doze tribos” de Israel, feita por Josué, ao entrarem na terra prometida. Em Josué, “doze tribos” representa a totalidade dos hebreus organizados em tribos e vivendo de forma liberta, pois Deus deu-lhes a terra, prometida outrora (Gn 12,1) e agora conquistada (Js 1-12).

Cada tribo recebeu uma área de terra diferenciada das demais, “segundo as suas famílias” (Js 13,15.24.29; 15,1) ou “segundo seus clãs” (Js 18,11.21; 19,1.10.17.24.32.40). Esse aspecto revela que o critério utilizado para a distribuição da terra foi o número de famílias/clãs pertencentes a cada tribo, mostrando que todos têm o direito de viverem dignamente e, para isso, a necessidade de terem acesso à terra.

Embora diferenças territoriais, não há uma supremacia de uma tribo sobre as outras. O “tribalismo” constituiu-se na organização política, econômica e social que regulamentou as relações entre as pessoas/famílias/clãs/tribos. O que caracterizou fundamentalmente esse modelo de sociedade foi o “acesso à terra” garantido a todos. A terra doada por Deus e de propriedade familiar era o meio de produção fundamental, que garantia a vida das pessoas. Por isso tornou-se um bem/herança inegociável (2Rs 21,3).

Js 20,1-9 faz uma referência às cidades de refúgio, estabelecidas para acolher os homicidas involuntários, como forma de garantir-lhes a vida (cf. Nm 35,9-34; Dt 4,41-43; 19,1-13). E Js 21,1-42 trata das cidades dos levitas.

Js 21 encerra com uma conclusão do projeto do Êxodo: “Assim, pois, Javé deu aos filhos de Israel toda a terra que havia jurado dar a seus pais. Tomaram posse nela e nela se estabeleceram. Javé deu-lhes tranquilidade em todas as suas fronteiras, de acordo com tudo o que jurara a seus pais e, de todos os seus inimigos, nenhum resistiu diante deles […]. De todas as promessas que Javé fizera à casa de Israel, nenhuma falhou: tudo se cumpriu” (v.43-45). Crer em Javé, “o Senhor de toda a terra” (Js 3,11.13), implica em viver esse projeto em terra liberta.

3.3.3 – Apêndice final: Js 22-24

Os capítulos finais de Josué formam um apêndice conclusivo do livro, com três destaques.

Em primeiro lugar, Js 22 apresenta a condição básica para o povo permanecer na terra prometida e ter vida digna: “Tende cuidado, somente, de pôr em prática com diligência o mandamento e a Lei que Moisés, servo de Javé, vos estabeleceu: amar Javé, vosso Deus, seguir sempre os seus caminhos, observar os seus mandamentos, apegando-vos a ele e servindo-o de todo o vosso coração e de toda a vossa alma” (v.5).

Em segundo lugar, tendo presente sua idade avançada, Josué lembrou as ações de Javé em favor do povo (Js 23,1-5) e fez um forte apelo à fidelidade a Javé: “Esforçai-vos, pois, muitíssimo, para guardar e cumprir tudo o que está escrito no livro da Lei de Moisés, sem vos desviardes nem à direita nem à esquerda, sem vos misturardes com estas populações que ainda restam no meio de vós” (Js 23,6-7a). A Lei de Moisés era a constituição do povo.

Em terceiro lugar, através da Assembleia de Siquém, os israelitas foram convocados por Josué para uma grande decisão: crer/servir a Javé, o Deus libertador, ou os deuses aos quais serviram os seus antepassados! O grande objetivo do povo era viver livre da opressão. Para tomar essa decisão, Josué lembrou-lhes tudo o que Javé fizera pelo povo (Js 24,1-13). A partir desta memória histórica, foi enfático: “Escolhei hoje a quem quereis servir! […] Quanto a mim e à minha casa, serviremos a Javé” (Js 24,15). E o povo, unânime, respondeu: “Longe de nós abandonarmos Javé para servirmos a outros deuses […]. Nós também serviremos a Javé, pois Ele é nosso Deus” (Js 24,16.18).

A fé em Javé, o Deus único, “criou uma identidade religiosa. Tornou-se fermento de transformação social”. A assembleia de Siquém “indica esse desejo, essa aliança, em que todos os grupos envolvidos na formação das tribos israelitas se comprometeram a ser fiéis a esse Deus” (Bohn Gass, 64). Js 24 simboliza a união dos grupos marginalizados a partir da fé em Javé.   

Considerações finais

O estudo de Josué remeteu-nos ao projeto bíblico do Êxodo. O livro de Josué, relatando a conquista e a distribuição da terra entre as tribos, culmina esse projeto. A vida liberta na terra da promessa foi fruto de um longo processo. A trajetória do deserto era o caminho obrigatório para chegar à terra da libertação ou à nova sociedade. O deserto não era apenas um espaço geográfico, mas um espaço-tempo fecundo, necessário para gestar o novo. O deserto significou um caminho espiritual de reeducação em vista de novas relações nas mais diversas dimensões. Uma nova sociedade somente seria construída se houvesse pessoas com uma “nova cabeça”, um “novo coração”, uma “nova prática”, uma “nova espiritualidade”.

O livro de Josué revela que a construção do novo foi assumida pelos próprios hebreus, pois do Egito não podiam esperar nada. Foram aqueles que sofriam a escravidão que tomaram a iniciativa de fazer algo. Por isso, lançaram-se em uma caminhada, não meramente geográfica e não sem dificuldades, mas de conscientização e de abertura para um novo jeito de pensar e de agir.

O que levou à conquista da terra e à sua distribuição entre as tribos conforme o número de famílias/clãs foi a fé em Javé, o Deus único e libertador, que os desafiou a crer nessa possibilidade, a desacomodar-se e ir à luta, com a consciência de que tudo devia ser feito em conjunto e para o bem de todos. Nada devia ser realizado de forma egoísta. Pouco adiantaria sair do Egito e ir à terra prometida sem uma mudança de mentalidade, sem acertar os erros econômicos, políticos, religiosos, sociais… que estavam ocorrendo no Egito e sem projetar o novo. Josué é a concretização desse projeto, selado pela assembleia de Siquém: “É a Javé que serviremos” (Js 24,21).

Referências bibliográficas

BOHN GASS, Ildo. Formação do povo de Deus. São Paulo: Paulus/Cebi, 2002 (Uma introdução à Bíblia 2).

CARDOSO PEREIRA, Nancy. Construção do “corpo” geopolítico e simbólico – Josué 1-12. Ribla, v. 60, Petrópolis: Vozes, p. 15-30, 2008.

COMPÊNDIO DO VATICANO II. Constituição Dogmática Dei Verbum. 13. ed., Petrópolis: Vozes, 1979.

DREHER, Carlos Arthur. A distribuição da terra – Josué 13-24. Ribla, v. 60, Petrópolis: Vozes, p. 31-40, 2008.

FRANCISCO, Exortação Apostólica Evangelii GaudiumA Alegria do Evangelho : sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual. São Paulo: Paulus e Loyola, 2013 (Documentos do Magistério).

MÊS DA BÍBLIA 2022. Livro de Josué : texto base. Brasília: Edições CNBB, 2022.

PAPA BENTO XVI. Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini – Sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja. Brasília: Edições CNBB, 2010 (Documentos Pontifícios, 6).

SCHWANTES, Milton. Teologia do Antigo Testamento – Anotações 2. São Leopoldo, Faculdade de Teologia, 1982(mimeografado).

SERVIÇO DE ANIMAÇÃO BÍBLICA – SAV. Mês da Bíblia 2022 – Livro de Josué. São Paulo: Paulinas, 2022.

STORNIOLO, Ivo. Como ler o livro de Josué. São Paulo: Paulinas, 1992 (Como ler a Bíblia).


Autores

Pe. Jair Carlesso

Presbítero da Diocese de Erexim. Professor na Itepa Faculdades. Mestre em Teologia Dogmática pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção (2000).


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