A Missa do Crisma foi celebrada na Catedral Nossa Senhora da Oliveira, em Vacaria, na manhã desta Quinta-feira Santa, 1º de abril de 2021.

Presidida Dom Silvio Guterres Dutra, Bispo Diocesano de Vacaria, foi concelebrada por um número restrito de padres da Diocese e transmitida pela página da Paróquia da Catedral no Facebook, possibilitando que os demais clérigos, religiosos e leigos pudessem acompanhar. Anualmente, nesta celebração, são abençoados os óleos dos Enfermos e dos Catecúmenos, consagrado o óleo do Crisma e realizada a renovação das promessas sacerdotais do clero.

O Bispo Diocesano destacou que os óleos abençoados e consagrado neste dia, “tem haver com o ser e o fazer do padre, com a sua essência e a sua missão”. Destacou, ainda, que o ministério ordenado nasce na Quinta-Feira Santa, onde, por vontade de Cristo, é instituída também a Eucaristia. Por isso, na manhã da Quinta-Feira Santa, antes de iniciar-se o Tríduo Pascal, na Missa do Crisma, celebra-se a renovação das promessas realizadas na data da ordenação.

Em sua homilia, retomou as leituras da celebração. No texto de Isaías, o profeta, chamado por Deus, é identificado como “ungido” e “enviado”. É enviado aos que se encontram em situação de sofrimento para anunciar o tempo da graça do Senhor e a esperança de dias melhores: “Há um tempo novo anunciado pelo profeta, onde todos serão sacerdotes e serão chamados ministros de nosso Deus. No plano de Deus está a condição de sacerdote de todos”.

No Evangelho, por sua vez, “Jesus escolhe o seu lema sacerdotal. Embora sua condição de sacerdote só será reconhecida quando completar sua missão na cruz, Ele que é oferenda, sacerdote e Deus ao mesmo tempo”.

Por fim, a segunda leitura “proclama Jesus como aquele que une em si as três realidades: vítima, sangue que nos resgatou do pecado; sacerdote, que nos faz todos sacerdotes; e Deus, alfa e ômega, aquele que é, que era e que vem, o Todo-poderoso”.

“Todo chamado é primeiro ungido e depois enviado”

Dom Sílvio Guterres Dutra, refletindo sobre os textos ouvidos, considerou que “nas palavras de Isaías descobrimos que todo o chamado é primeiro ungido e depois enviado. A unção é o selo posto por aquele que o chamou. Nenhum missionário vai em nome de si mesmo, mas vai em nome daquele que o chamou, consagrou e enviou. É o Espírito Santo o agente principal da missão, não a mera vontade humana”. Por isso, “na Igreja, não se trata de ter voluntários, se trata de ter vocacionados. […] É nobre a tarefa do voluntariado, mas é insuficiente para o cristão. O cristão vai por vontade de Outro. É o chamado que nos move a fazer”. Deste modo, refletiu o bispo, “precisamos crescer na consciência de que, se fomos chamados, ungidos e enviados, também deveremos retornar ao que nos chamou e prestar contas de tal missão. Ao verdadeiro missionário, a prestação de contas não é causa de medo, é um momento desejado ardentemente, onde cada um apresentará o que conseguiu produzir”.

Continuando a reflexão, afirmou que “ao missionário é pedido um ato de fé e coragem, que lhe motive ir, cuidando das feridas alheias, enquanto lida com as próprias feridas”. Assim, “o sacerdote não é o homem saudável que cuida do doente, mas o enfermo que descobriu o valor da solidariedade”.

Para o presbítero, “além do prazer próprio que vem da decisão de viver para os outros e ser para eles vetor de Boa Nova, a motivação do missionário-sacerdote vem, ainda e principalmente, da promessa da Aliança Eterna, que ultrapassa qualquer efêmera expectativa de recompensa terrena”.

“Jesus: o vocacionado dos vocacionados”

Da hodierna página evangélica, o bispo afirmou que “o Evangelho identifica Jesus como o vocacionado dos vocacionados. Nele se cumpre tudo o que Isaías anunciava”.

Posteriormente, refletindo sobre o “lema” de Jesus, questionou: “qual é o texto bíblico que nos tocou de forma decisiva e nos acompanha em nossos dias?”. Segundo ele, “ao saber que Jesus escolheu um lema para o seu ministério entre nós, somos todos convidados a nos perguntar sobre o nosso lema pessoal, de vida e de missão”. Convidou todos a refletir sobre o lema escolhido para a sua vida e ministério, “a perguntar de novo o que ele significa hoje para nossa vida e que significado tinha quando o escolhemos”. Aos ministros ordenados, lembrou a “recomendação de que tenhamos um lema que inspire nossa experiência com Deus e nossa consciência do chamado e da missão. Portanto, neste dia, no qual renovamos nossos compromissos assumidos na ordenação, podemos retomar nosso lema em oração e deixar que ele se atualize mais uma vez. […] Meditar sobre a nossa relação com o lema poderá ser de grande auxílio para a renovação de nosso ministério nesta Quinta-Feira Santa”.

Vítima, Sacerdote e Deus

A leitura do Apocalipse “coroa nossa reflexão de hoje, conclamando a todos os ungidos a assumirem essa tríplice dimensão, que completa a vida cristão: somos chamados a nos dar, a nos oferecer pela salvação de nossos irmãos; somos todos chamados a sermos sacerdotes, a santificar o que fazemos e tocamos, cada qual na sua realidade e vocação específica; por fim, deve refletir em nós a dimensão divina, como alter christus, como outro Cristo, para uma humanidade que precisa tanto”.

O Tríduo Pascal

Devido à pandemia, as celebrações do Tríduo Pascal serão realizadas com restrições. Na Catedral Nossa Senhora da Oliveira, na quinta-feira, a Missa da Ceia do Senhor será realizada às 19h30min. Na Sexta-feira Santa, a Celebração da Paixão do Senhor será às 15h. A Vigília Pascal, no Sábado Santo, será às 19h30min. Todas as celebrações terão transmissão pela página do Facebook da Catedral.

A orientação diocesana para a Semana Santa, em todas as paróquias, é que se siga as definições das autoridades sanitárias e, na medida do possível, transmitam-se as celebrações. Informações sobre as celebrações podem ser obtidas junto às secretarias paroquiais ou junto às redes sociais das paróquias.

Texto: Edimar Scopel/Pascom Diocese de Vacaria
Fotos: Reprodução/Catedral Diocesana Nossa Senhora da Oliveira

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